Se você não me conhece, possa
ser que ao ver o título do texto tenha pensado: “Ela deve ter muitas histórias pra
contar; de curas, de como foi a experiência de aceitar Jesus.” Mas quem já me conhece deve ter pensado: “Como assim? O que ela tem pra testemunhar se
ela já nasceu em um lar evangélico e não teve a experiência de desviar do
caminho e voltar pra Jesus?.”
Seja o que for que você
pensou, todos nós temos algo que testemunhe a grandeza de Deus. Mas a verdade é que eu tenho experiências divinas que devem ser divididas
com você. À começar pela minha existência, para mim, ela é o meu maior testemunho de vida.
Assim como você, tenho o dom da vida; que já é um grande testemunho, embora alguns tenham tentado impedir que eu tivesse o privilégio de escolher uma vida de felicidade plena – viver com Cristo. E é por ser um milagre de vida e por viver há 21 anos com esse Jesus que me transforma em um ser melhor a cada dia, que eu não posso ficar calada ou simplesmente dizer – ah, eu não tenho tanto o que falar, afinal eu já tenho Cristo desde o ventre da minha mãe.
Assim como você, tenho o dom da vida; que já é um grande testemunho, embora alguns tenham tentado impedir que eu tivesse o privilégio de escolher uma vida de felicidade plena – viver com Cristo. E é por ser um milagre de vida e por viver há 21 anos com esse Jesus que me transforma em um ser melhor a cada dia, que eu não posso ficar calada ou simplesmente dizer – ah, eu não tenho tanto o que falar, afinal eu já tenho Cristo desde o ventre da minha mãe.
E foi exatamente lá, que Ele
começou a operar o milagre em mim. Quer saber como? Senta aí um pouquinho e me
permita “falar”...
Lembro que aos oito anos de
idade, eu era uma criança muito curiosa como qualquer outra. Após o almoço eu costumava me deitar em
uma rede na sala da minha casa com meu pai. Ele sempre foi muito presente, assim
como minha mãe; porém eu sentia mais abertura para fazer perguntas pra ele, seja
qual fosse o assunto. Aproveitava todo o tempo disponível que ele
tinha, para aprender com ele sobre a vida. Lembro que em um desses dias, fiquei curiosa
em saber como havia sido toda a preparação para que eu chegasse para a vida dos
meus pais, afinal eu era a segunda filha, e em minha mente infantil eu
imaginava que por ser a caçula teria acontecido todo o preparo para me receberem.
Foi onde me enganei... com lágrimas, meu pai me falava de algo que parecia está
guardado a muito tempo em seu coração, e me pedia perdão. Mas perdão por quê? Se
ele nunca havia me feito mal? Se eu tinha todos os brinquedos que uma criança
desejaria ter, se eu era uma criança feliz, amada, com pais presentes e que
estavam sempre dispostos a me servir? Foi quando minha mãe apareceu, e me falou
sobre o que tinha acontecido antes que eu viesse ao mundo, algo que ficou
marcado até um tempo em minha mente, que me colocou em dúvidas, mas que hoje é
motivo de orgulho para mim.
Minha mãe nesse momento me
falava, que apesar deles serem recém-convertidos ao evangelho foi motivo de choque
ao saber que outra filho(a) estava chegando pra a vida deles, afinal não havia
sido planejado. Eu fui o fruto de uma reconciliação. Fruto indesejado, mas que
marcou um momento especial pra eles. Apesar do significado que eu tinha, minha irmã
tinha apenas um ano e dois meses de vida, o que tornava ainda mais impossível
para eles terem outro filho, pois as condições financeiras da época não eram favoráveis.
Seria uma responsabilidade a mais, para um casal tão jovem, pois minha mãe
tinha apenas 21 anos. (Minha recente idade)
Por esses motivos, eles
decidiram me abortar. Decidiram tirar minha vida, pois as circunstâncias do
momento eram maiores do que o nascimento de outro bebê. Minha mãe conta que
tomou um comprimido e que quando as dores aumentassem ela deveria tomar um
segundo, e logo após o feto sairia. Durante esse intervalo uma de minhas tias
mais queridas, Tia Tica assim eu a
chamo carinhosamente, assistiu uma reportagem na TV que falava sobre algo que
repercutia no País. Justamente o bendito comprimido! Na reportagem de uma das emissoras
mais bem conceituadas, apresentava casos de mães que haviam tentado abortar
seus bebês, tomando o mesmo medicamento que minha mãe tomou. Mas muitas delas
não tinham êxito, seus bebês estavam nascendo com anomalias (características de
irregularidade, má formação do feto). A partir daí, Deus tocou no coração dos
meus pais e logo veio o arrependimento, e minha mãe decidiu não tomar o último
comprimido. Mas não parou por aí, apesar de ter desistido, minha mãe passou os
nove meses com sentimento de culpa e arrependimento, mas confiante que Deus
poderia fazer um milagre. (“Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustiça.”1 Jo 1:9) Apesar
de todos os sonhos que ela teve, com um bebê imperfeito fisicamente, ela
acreditava em saúde para mim e que apesar das dificuldades que teria de
enfrentar, eu passaria a ser motivo de mais uma alegria para o seu lar.
Passado os nove meses de uma
gestação tranquila e um parto sem complicações, para a surpresa de alguns e
para testemunhar a mais perfeita obra do Criador, eu nasci. Sadia, sem imperfeições,
com todos os sistemas funcionando normalmente e para a felicidade da minha irmã,
mais uma menina – aquela que seria sua companheira, com quem dividiria seus
brinquedos e momentos para toda a vida.
Diante de um dos testemunhos
da minha vida que comprovam a soberania de Deus, só me resta agradecer.
Agradecer por Ele ter me feito vir ao mundo com propósitos, agradecer por ter me
curado de traumas como estes, porque não é fácil para uma criança saber disso.
E eu sei que esse não é apenas um caso meu, que existem pessoas com histórias
de vida assim, se você é uma delas, saiba que independente de qual foi a
circunstância, Deus já te conhecia antes de nascer. Ele já te amava e já tinha
planos perfeitos para sua vida. Deixe de lado todo trauma, complexo de inferioridade ou de rejeição e se achegue a Ele.
“Eu tinha todos os motivos” para
ficar depressiva ou magoada com meus pais. Mas hoje eu tenho todos os motivos
para estar viva, para testemunhar a grandeza deste Jesus lindo. Eu optei por
ser feliz, por aceitar a realidade da minha criação, a realidade de quem eu sou
em Cristo. Optei por ter a vida Dele em mim! E é por isso que eu vivo para
proclamar quão formoso Ele é, e que a Sua graça me alcançou de forma tremenda,
antes mesmo que eu ouvisse falar sobre Ele. É por Ele que eu jamais
optei outro caminho. E aí você pode me perguntar, e os seus pais? São os melhores pais que eu poderia ter! Amor, afeto, carinho e os melhores presentes naturalmente
falando, eu possuo. Talvez seus pais não tenham sido tão presentes como os meus. Mas saiba que pode uma mãe esquecer do filho que amamenta, mas Jesus jamais esquecerá de você. (Isaías 49:15)
Hoje eu me considero mais que vencedora, pois além de ter sido o espermatozoide entre milhares que conseguiu chegar ao óvulo para finalmente ser fecundado, ainda fui capaz de lutar até o fim pela vida diante de todas as impossibilidades. Porque o Deus dos impossíveis já conhecia o meu futuro, assim como conhece o seu. Por isso, vale à pena escolher viver uma vida de consagração, perdão e amor à Ele.
Hoje eu me considero mais que vencedora, pois além de ter sido o espermatozoide entre milhares que conseguiu chegar ao óvulo para finalmente ser fecundado, ainda fui capaz de lutar até o fim pela vida diante de todas as impossibilidades. Porque o Deus dos impossíveis já conhecia o meu futuro, assim como conhece o seu. Por isso, vale à pena escolher viver uma vida de consagração, perdão e amor à Ele.
Quer ser feliz de verdade? Escolha
viver Cristo todos os dias e seja surpreendido com tudo que Ele irá fazer com
você e através de você.
"Os teus olhos
viram a minha substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos os dias,
sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um
deles." (Sl 139.16)